Programas ambientais
Programa de Monitoramento da Fauna e Bioindicadores
Na fase de instalação do Contorno Viário de Florianópolis uma equipe de especialistas acompanha trimestralmente áreas e as espécies da fauna para entender a relação entre o empreendimento e a fauna local. É adotado metodologias especificas de monitoramento para cada grupo faunístico, abrangendo espécies de mastofauna (mamíferos), avifauna (aves), herpetofauna (anfíbios e répteis) e ictiofauna (peixes). Isso inclui técnicas como busca ativa, armadilhas fotográficas, registros de vocalizações, análises de vestígios e animais mortos, redes de neblina e entrevistas, bem como armadilha de interceptação e queda (Pitfall Trap), entre outras.
Os aspectos técnicos desse programa ambiental foram alinhados com as diretrizes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e formalizados na Licença Ambiental de Instalação.
Desde 2014, o Programa de Monitoramento de Fauna e Bioindicadores é conduzido por meio de campanhas de 12 dias, com frequência trimestral, e será realizado até o primeiro ano de operação da nova rodovia, em 2025, totalizando 42 campanhas. Especialistas de cada grupo faunístico lideram essas campanhas, resultando na identificação de um grande número de espécies.
Anfíbios
Registramos 42 espécies de anfíbios, com 2.895 registros realizados. Entre elas, espécies ameaçadas de extinção, como Ischnocnema manezinho (rã-das-folhagens) e Aplastodiscus ehrhardti (perereca-flautinha), além de espécies comuns, como Rhinella ornata (sapo-cururuzinho) e Boana faber (sapo-martelo). Muitas dessas espécies são excelentes bioindicadores de qualidade ambiental devido à sua sensibilidade a ambientes terrestres e aquáticos bem conservados.
Répteis
Foram registradas 28 espécies de répteis, com 448 registros. Destacam-se Salvator merianae (lagarto-teiú) e Erythrolamprus miliaris (cobra-d’água), comuns em áreas abertas. Também observamos espécies indicadoras de áreas conservadas, como Colobodactylus taunayi (lagarto) e Enyalius iheringii (calango), além de espécies endêmicas da Mata Atlântica, como Bothrops jararacussu (jararacussu) e Xenodon neuwiedii (boipevinha).
Mamíferos
Identificamos 79 espécies de mamíferos, incluindo 29 espécies de morcegos, 19 de pequenos mamíferos e 31 de médio e grande porte, totalizando 4.575 registros. Doze espécies estão classificadas como ameaçadas de extinção, como Leopardus pardalis (jaguatirica), Diphylla ecaudata (morcego), Cuniculus paca (paca) e Puma concolor (onça-parda). Também registramos espécies endêmicas da Mata Atlântica e outras indicadoras de qualidade ambiental.
Aves
Foram contabilizadas 326 espécies de aves, aproximadamente 46% da riqueza do estado de Santa Catarina. Dentre elas, 28 espécies estão em algum status de ameaça, sendo 17 ameaçadas de extinção e 11 quase ameaçadas. Destaca-se a presença de 75 espécies de aves consideradas endêmicas da Mata Atlântica e 27 endêmicas do Brasil, sendo algumas indicadoras de áreas conservadas e outras de áreas abertas e alteradas, totalizando 29.783 registros.
Peixes
Registramos 57 espécies de peixes, além de 30 táxons de ictioplâncton. Destacam-se duas espécies ameaçadas de extinção: Hollandichthys multifasciatus (lambari-listrado) e Atlantirivulus haraldsiolii (rivulus), bem como outras 12 espécies endêmicas, com 7.664 registros para esse grupo. Os peixes desempenham um papel crucial como bioindicadores em ambientes aquáticos, respondendo rapidamente a alterações ambientais.